UMA ALMA SOCIALISTA



Alexandre Motta ganhou destaque na última campanha quando recebeu mais de 240 mil votos para o Senado, mas sua trajetória e luta em favor do socialismo vem de muito longe e parece estar cada vez mais forte.

            Ouvi falar de Alexandre Motta em 2017 quando ele foi lançar o livro “Lula” em Mossoró. Não fui ao lançamento, mas soube, e vi fotos, que foi bem prestigiado durante evento no Cafezal do Memorial da Resistência. Encontrei com ele alguns meses depois, em Natal, durante a “Marcha pela Ciência”. Ali, trocamos telefone e foi só.
            Vim prestar atenção mesmo em Alexandre Motta somente no ano passado, quando ele foi candidato ao Senado pelo PT. Sua presença na campanha não foi apenas decisiva, mas reveladora. O perfil de esquerda qualificada e sua facilidade comunicativa junto às mídias, mostrou uma sensatez necessária na corrida árdua pela retomada do senso ante uma campanha eleitoral fundada em Fake News.
            No único debate entre senadores do pleito, Alexandre Motta se destacou. Dali pra frente estava clara sua força diante do partido que é filiado e da Esquerda potiguar. Não se elegeu, mas deixou uma marca significativa. O encontrei novamente no Hospital Giselda Trigueiro onde trabalha há quase 28 anos e para onde voltou após a campanha. Apesar de ter obtido mais de 242 mil votos, não foi convidado para o primeiro escalão do governo Fátima Bezerra, mas ele acha isso normal.
            Alexandre Motta Câmara nasceu em 16 de fevereiro de 1964, em Natal. Filho de do militar Umberto Câmara, natural de Esperança (PB), e da dona de casa Janet Motta de Queiroz, de Taperoá (PB), teve uma vida razoável, graças ao esforço do pai que sempre cuidou e investiu em sua educação.
            Umberto e Janet se conheceram em Taperoá. Casaram-se e tiveram dois filhos: Herbert Câmara e Alexandre. Em 1968, morando em Caicó, ela teve uma pancreatite, se submeteu a uma cirurgia, mas não se recuperou. Teve complicações e precisou ser levada para um hospital maior.
Por coincidência, um avião que prestava serviço ao Exército estava em Caicó e foi utilizado para transportá-la até Campina Grande (PB), mesmo assim ela não resistiu.
– Ainda lembro da viagem, a gente indo de carro e uma pessoa apontando para o céu e dizendo: olha, aquele avião vai levando sua mãe. – diz Alexandre que, à época, tinha quatro anos. Herbert estava com nove.     
            Dois anos depois da morte de Janet, seu Umberto casa-se com Márcia Maria Fernandes Câmara que passa a criar os meninos. Ela era filha de amigos em comum de Umberto e Janet, e tinha sido aluna dele no Colégio Diocesano Seridoense. Desse novo casamento nascem outros dois irmãos de Alexandre: Carla (1973) e Humberto (1978).
            Em Caicó, Alexandre estudou no Colégio Santa Terezinha, sendo alfabetizado pela freira Ana Nília. Em 1974, meio do 4º ano do primário, o batalhão de Caicó, onde servia seu Umberto, foi transferido para o município de São Gabriel da Cacheira, no Amazonas, localizado na região da Cabeça do Cachorro, já fronteira com Colômbia e Venezuela.
Lá, Alexandre estudou no Colégio Prelazia do Rio Negro, escola salesiana pertencente a uma das três dioceses do Amazonas. Por ali, ficou até 1975, tempo suficiente para ter boas memórias, inclusive da primeira namorada, Morgana, uma paraibanazinha de 12 anos, natural de João Pessoa, sobrinha de outro militar.
Retornou para o Nordeste justamente para João Pessoa, mas nunca mais a encontrou. Foi matriculado no Colégio Marista Pio X, mas não se adaptou porque se sentia deslocado devido à condição financeira dos colegas, todos mais ricos.
– Meus colegas com 11 anos de idade tinham moto, daí você imagina qual era o padrão dos caras. Eu não, ia de ônibus ou a pé, então me sentia um estranho no ninho. E eu sempre fui o melhor aluno da turma, então isso gerava mais uma ojeriza, porque os caras começam a lhe hostilizar.
Em 1977, retornou para Natal, onde estudou no Colégio das Neves. Em 1982, foi aprovado no vestibular para Engenharia, mas não gostou do curso. Em 1984, faz outra seleção e foi aprovado em Medicina, profissão que se estabeleceu.
Neste mesmo ano, começou a namorar Magaly Cristina Bezerra, então estudante de bioquímica com quem se casou em 1989, quando ela já tinha se formado e os dois passado em concurso público para o Estado. Dessa união nasceram três filhos, todos em ano de Copa do Mundo: Gabriel, 1990, Lucas, 1994, e Sara, 1998.
O casamento, o trabalho e seu envolvimento com o Movimento Estudantil o obrigaram a atrasar a faculdade. Influenciado pela família de Ion de Andrade, filho do professor Arnon de Andrade, entrou no movimento estudantil, filiando-se ao PCB, e passou a militar contra a ditadura. Apesar de o pai ser militar, os dois nunca entraram em conflito.
Concluiu medicina em 1990, com mais de um ano de atraso e em 1991, devido divergências com o Partidão, se filiou ao PT. Neste período também foi aprovado na Residência em Infectologia no Giselda Trigueiro. Pediu remoção de seu emprego como técnico para lá e passou a atuar em desvio de função já como médico generalista. Em 1994, já especialista, foi aprovado em novo concurso, agora como médico infectologista, para atuar no próprio Giselda Trigueiro.
Em 2006, sofreu mais uma perda familiar. Herbert, único irmão do casamento entre Umberto e Janet faleceu em decorrência de um câncer.  
Sua relação com a família é intrínseca, tanto que o primeiro texto que escreveu foi para homenagear seu avô adotivo, Francisco Eronildes de Medeiros, conhecido em Caicó como Chiquinho de Bazinha, relatando a vivência com ele desde a infância. Depois disso, praticamente não escreveu mais nada que considere relevante, até 2017 quando começou a escrever textos políticos de grande relevância.
            Em 2014, de férias no Uruguai, resolveu gravar um vídeo em defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), que estava sob ataque pesado do PSDB. O vídeo viralizou e acabou sendo usado pela própria presidenta em sua campanha. Depois disso, não parou mais de gravar, surgindo disso o canal “Mortadela ou Caviar”, no YouTube, onde faz discussões e entrevista pessoas sobre política.      
            Por causa de seus vídeos, a jornalista e editora da ComPactos, Cleusa Slaviero, o convidou para escrever um texto para o livro “Lula (ComPactos, 2017)”, organizado por ela. Alexandre topou e se tornou um dos colaboradores mais vendidos.
A partir daí passou a ser chamado pela editora para participar de outras três coletâneas: “Um ano de golpe (ComPactos, 2017); “Dilma Rousseff, a Senhora da Democracia (ComPactos, 2018)”; e “Caravana da Esperança, Lula pelo Brasil (ComPactos, 2018)”, este último prefaciado pelo próprio Lula.
Embora tenha no sangue a militância política e um espírito vanguardista, só teve a chance de encontrar com Lula duas vezes. A primeira em 1989, na Zás-Trás, em Natal, quando ainda era do Movimento Estudantil, mas teve a impressão de que o então futuro presidente não tinha ido muito com a sua cara.
Em 2017, durante a “Caravana Lula pelo Brasil”, subiu no palanque em Currais Novos para entregar um livro ao já ex-presidente e acabou recebendo, do próprio Lula, o microfone para que falasse sobre o momento para o público presente.
Foi justamente a facilidade com a comunicação que deu segurança a Alexandre Motta para entrar numa campanha tão grande quanto a de Senado, alcançando o 6º lugar, apesar de quase não ter estrutura.
O médico, e também bacharel em Direito, formado em 2002 pela UFRN, é um defensor árduo da construção de uma nova forma de comunicação dentro da esquerda. Para ele, este é o único caminho par reaproximar o partido do povo.
Enquanto conversávamos no Giselda Trigueiro, questionei sobre a desatenção do governo Fátima para com ele, mas, sempre prudente, ponderou o assunto e defendeu a governadora. Nesse tom, lancei a primeira pergunta de nossa entrevista:
– Por que a esquerda?
– Quando você começa a perceber a sua história pessoal... hoje eu estava falando com uma pessoa que trabalha aqui, eu perguntei a ela, pedi para não se ofender, se ela já tinha passado fome – a gente estava almoçando antes de você chegar –, ela disse: “não, mas minha mãe já”. Eu digo isso no livro Lula: uma coisa é você sentir fome, aquela fome que você perdeu o almoço, mas vai comer o jantar, outra coisa é você não ter perspectiva. Eu via muito isso na infância. Eu era o neto do fazendeiro rico da cidade. Você imagina uma cidade como Taperoá. Hoje se meu avô fosse vivo seria uma classe média, média, média, bem remediada, entendeu? Mas na cidade onde ele vivia, muito pobre... então, a gente chegava na cidade de bicicleta e os filhos dos pobres ficavam babando, pedindo emprestado para dar uma volta. Então, a fome sempre esteve paralela em minha vida. Eu via a fome, mas via a fome dos outros. Isso não me impregnou a ponto... depois, quando eu conheço a realidade eu mudo; aí eu passo a entender que aquilo era algo a ser mudado e eu acho que essa percepção me fez querer entrar na esquerda.
– O que é ser de esquerda e o que é o socialismo?
– Eu acho que a melhor definição é a de Mujica em que ele diz “a esquerda prioriza a solidariedade”. Então, se a gente não entende que, na verdade, a pobreza e a miséria, o miserável e o pobre não são responsáveis por ela, pois essa é uma versão que a Direita tenta construir na cabeça das pessoas: você é pobre e miserável porque você não se esforçou, você não fez o suficiente. E aí quando eu penso em meus colegas lá do Pio X, em João Pessoa, que iam de moto (para a escola) e hoje provavelmente andam de BMW, você percebe que não teve esforço nenhum, porque eu era muito mais esforçado do que eles, muito mais inteligente e esses caras, do ponto de vista de dinheiro, estão muito melhores do que eu.
– Por que a Esquerda assusta tanto parte dos brasileiros e da América Latina, o que há por trás dessa ideia de que esquerda é ruim?
– Eu acho que tem um conjunto de fatores. As elites dominam o conhecimento e a forma de narrar, a forma de dizer, e aí tentam passar para as pessoas que a Esquerda vai tomar delas aquilo que elas conquistaram com muito esforço. Tem uma coisa que às vezes a gente precisa discutir e pensar: por que tem pobre de Direita? Pobre de direita, em regra, é um cara muito esforçado. É um cara que tem uma bodegazinha lá na Pompeia, por exemplo, e ele tem de matar um leão todo dia para arrumar aquele trocado que é o lucro dele. Então, pra ele, qualquer perspectiva de fraude, de roubo, de corrupção, ou mesmo do ladrão chinfrim que tira aquilo que foi resultado de um esforço descomunal dele, qualquer coisa que leve a isso, faz com que ele compreenda que o mundo não está jogando a favor daquele comportamento que ele considera correto.
 Não tem uma coisa de eles escutarem muito o discurso das elites e até se confundirem com ela?
– Tem, mas, veja, se não houvesse uma realidade adversa e tivesse só o discurso da elite ele não se convenceria. Ele se convence porque, de fato a realidade é adversa, existe a corrupção e ele identifica, de maneira superficial, que ali está o problema, quando, na verdade, ele não se dá conta que o problema é porque o sistema todo é para concentrar e não para distribuir. E aí, você tem essa coisa da percepção. Então, é uma crise narrativa, ou seja, a Direita domina os meios e domina a Comunicação e aí constrói um enredo e esse enredo é colocado no coração das pessoas toda noite. Elas ligam a televisão no momento em que vão relaxar e aí chega a mensagem e diz: ó, a esquerda que é corrupta, a esquerda que é isso, a esquerda que é aquilo, e você precisa pensar melhor no seu projeto de vida.
– Por que amam tanto o Lula, mas nem tanto o PT?
– Quando Lula disse que virou uma “ideia”, acho que ele fez uma síntese muito interessante porque, de fato, as pessoas não compreenderam que isso é resultado de um processo. Eles associaram este processo a uma pessoa. Então, Lula é o símbolo do cara que sempre foi pobre, passou fome igual a eles, enfrentou as mesmas dificuldades que eles e, na hora que teve a chance de se locupletar, para o grosso das pessoas, elas percebem que ele: não, ele olhou pra mim. Se tem uma coisa que a pessoa mais simples não esquece é quem olhou pra ela. Isso tem muito em minha profissão: o indivíduo pobre, o mais humilde, as pessoas, de uma maneira geral, percebem quando você faz porque as pessoas precisam e merecem, e quando você está fazendo por dinheiro. É por isso que Lula é amado, porque o cara entendeu que Lula fez por ele aquilo porque sente a mesma dor dele. Essa é a grande diferença. O fato de as pessoas não amarem o PT como amam o Lula é a razão de que elas ainda não entenderam o processo como um todo. Quando elas compreendem o processo como um todo elas não amam o PT, mas amam a Esquerda e eu costumo dizer que também não amo o PT, eu amo a esquerda no sentido de que o PT é o cavalo selado e viável a ser montado. Entende? Não estou aqui dizendo sim ou não ao PT, estou dizendo sim à Esquerda, ou seja, o PT é o partido viável, mas no Maranhão hoje, o PC do B é o partido viável, certo? Talvez, no Rio, se o PSOL fosse um partido um pouco mais pragmático, talvez fosse um partido viável, entende? Então é isso.
– O que o povo espera de Fátima Bezerra e o que ela, de fato, vai poder entregar?
– Fátima é hoje a depositária de nossas melhores esperanças. As pessoas esperam o anteposto do que foi Robinson. Robinson foi aquele cara que apresentou esperança e perspectiva e entregou o oposto. Então, de certa maneira, nós estamos vivendo hoje o que Carlos Eduardo enfrentou quando assumiu a prefeitura (de Natal) de Micarla. Mesmo que Fátima não faça uma grande gestão, mas que faça uma gestão minimamente responsável, que consiga dar equilíbrio financeiro, que consiga dar equilíbrio fiscal, que consiga desenvolvimento econômico e justiça social, mesmo que ela faça isso de uma maneira mínima, o contraponto é tão negativo que as pessoas vão ter uma sensação muito adequada do que será o seu governo. Fátima tem uma coisa pessoal que é inegável: ela tem uma história pessoal de vida que é a de uma pessoa que sai de muito baixo, que é alfabetizada mais tarde na sua vida, ela é alfabetizada pelas irmãs e que cresce, vira professora, e só cresce do ponto de vista político e de referência para as pessoas. Então, eu vi uma coisa nesta campanha que eu dizia a todos os meus interlocutores à época. Fátima às vezes chegava em algumas cidades e as pessoas olhavam para ela e até choravam. Então, quando as pessoas estão neste nível de relação com o político, essa relação afetiva, de você olhar para o outro e chorar – reitero que vi isso algumas vezes –, então Fátima acaba virando essa coisa de, de fato, ser a depositária dessa esperança coletiva. As pessoas estão em uma situação tão ruim, aí junta a conjuntura nacional, junta a crise econômica, a crise fiscal do Estado, e as pessoas têm muita esperança. Ela hoje representa isso.
– E em nível nacional, o que será de nós?
– O Bolsonaro é uma fraude, é uma imensa fraude. Ele é uma fraude de construção, é uma frase de projeto; as pessoas acreditaram que era um governo sem corrupção, taí o governo já maculado pela figura do próprio filho (de Bolsonaro). Os ingênuos estão dizendo que votaram no pai, não votaram no filho, como se o pai não tivesse o mesmo esquema que o filho tem de utilizar laranjas para abocanhar recursos públicos. E o que é pior, com uma inserção ligada aí, parece, com as milícias do Rio de Janeiro. Ou seja, o que tem de pior do ponto de vista de marginalidade. Então, é uma fraude neste sentido e, o que é pior, sob uma perspectiva de interesse de concentração de renda à medida que ele propõe uma acentuação da Reforma Trabalhista, uma acentuação da Reforma da Previdência, uma concentração de renda maior e anti-nacional. Ou seja, está entregando patrimônio público brasileiro para os interesses internacionais. Então, não faz sentido não cobrar imposto das petroleiras que estão agora tomando o Pré-Sal da Petrobras, não faz sentido R$ 1 trilhão em 20 anos. Ora, com R$ 1 trilhão você faz quantas escolas, você constrói quantas casas para o povo, você melhora quanto do SUS, quantos hospitais vão estar aparelhados? Então, a gente vive hoje uma grave crise na saúde, segurança e educação e aí você pega e dá um trilhão para as empresas estrangeiras. É uma perspectiva muito ruim para os próximos quatro anos, se o governo continuar.
– Por que a medicina é ainda tão capitalista?
– Eu acho que é a formação. Você poderia fazer essa mesma pergunta: por que os militares são tão conservadores? Por causa da formação. Você acaba dando apenas um ponto de vista, de um ângulo. Os profissionais acabam tendo uma visão de mundo restrita, então é isso. Hoje os cursos e os currículos estão mudando, então espera-se que haverá uma nova leva de médicos mais humanistas e menos capitalistas. A prova disso é só ver os médicos cubanos. Eles gostam de dinheiro também igual a gente, mas os que supervisionei no Mais Médicos eram pessoas mais desprendidas.
– O que os médicos poderiam fazer mais pelo Brasil do ponto de vista humanístico?
– É uma profissão que permite uma ligação emotiva e afetiva muito superior a qualquer outra. Acho que quem talvez mais se aproxime sejam os advogados. Você procura o médico e o advogado na hora da aflição, diferente do engenheiro, para quem você vai numa perspectiva positiva, nós não. Se pudéssemos ter a compreensão de mundo adequado estaríamos contribuindo de uma maneira mais positiva.  Eu acho que falta isso. Se nós mudarmos a educação e a formulação dos cursos talvez a gente consiga fazer com que a medicina seja muito mercantil. Hoje existem várias variáveis para isso. Algumas especialidades médicas têm corrupção dentro delas. Então, o cara usa determinados produtos, usam alguns recursos materiais e recebem comissão das indústrias e aí você acaba vendo os profissionais que têm esse tipo de visão se direcionando mais para essas especialidades. Isso é muito ruim porque corrompe a visão de ser humano com quem você trata. Muitas vezes o cara posterga ou faz o tratamento de acordo com a comissão que vai receber da indústria para entregar tal produto, entende? Isso é uma caixa preta pouco vista na Medicina. Talvez até o Conselho (Regional de Medicina) me questione o que estou dizendo, mas é até bom que ele me questione porque eu vou dizer o que ele já sabe.
– Aos 54 anos o que você viu da vida?
– Eu acho que vi muito menos do que gostaria de ver. Mas eu vi uma coisa positiva. Eu tive a chance de respirar o mesmo ar do planeta que Mandela; eu nasci na mesma época que Lula viveu e nasci na mesma época que Mujica. Isso é uma coisa para contar para os netos.
– O que move seu coração?
– Hoje me move a chance de fazer algo diferente. Hoje eu penso que deveria ter feito política há mais tempo. Não que eu tenha deixado de fazer. Depois do movimento estudantil tive um hiato, mas é uma coisa que me emociona, eu sinto que consigo fazer bem, e sinto que posso contribuir mais para a sociedade, principalmente nesses tempos sombrios que iremos viver.

Comentários

  1. Alê vc representa não só a mim,mas a todo aquele que sabe o significado de gente como a gente,um abraço meu amigo e Deus te abençoe grandemente

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  2. Cada dia que passa te admiro mais.
    Se a mim perguntassem, o que vi da vida aos meus 54 anos, responderia com as mesmas palavras suas, apenas acrescentaria que aos meus 5 anos de idade, conheci no colégio Santa Teresinha em Caicó, um colega com uma inteligência invejável, onde dividimos por 5 anos as mesmas salas de aulas e as mesmas professoras. Que o destino nos distanciou e após 40 anos, este mesmo menino surgiu novamente, agora transformado em um homem íntegro, médico e que dentro da sua bagagem, trazia idéias , propostas e anseios, aos quais eu também defendia. Surgiu entao o meu Senador. Obrigada pela nossa amizade. Que Deus proteja sempre vc e sua família e que te proporcione bençãos na sua caminhada.

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  3. Adorei a entrevista,acho e espero que continue na politica,precisamos de pessoas como vc para ser nossos representantes.te admiro como médico que es e como ser humano.

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